Tecnologia Agrícola a Favor do Meio-Ambiente

Tecnologia Agrícola a Favor do Meio-Ambiente

Moderno, eficiente e competitivo, o mercado agrícola brasileiro encontra-se em fase de grande prosperidade, fundamentada em sua rápida expansão e consolidação no cenário internacional. Com um clima diversificado, chuvas regulares, energia solar abundante e parte significativa do total de água doce superficial disponível no planeta, o Brasil ostenta milhões de hectares de terras agricultáveis férteis e de alta produtividade, dos quais boa parcela ainda não foi explorada.

Não obstante os índices recordes de produtividade e rentabilidade, o setor agropecuário brasileiro, na qualidade de grande contribuidor ao abastecimento mundial, tem à sua frente desafios relevantes a serem superados. De acordo com dados da FAO (Organização para Alimentos e Agricultura das Nações Unidas), conforme publicados no relatório “How to Feed the World in 2050”, a população mundial aumentará para até aproximadamente 10 bilhões em 2050. O aumento da população absoluta, em conjunto com o aumento da renda per capita promoverão diretamente o aumento do consumo global de alimentos e energia. De forma exemplificativa, o mesmo relatório estima que até 2050 a demanda por cereais atingirá cerca de 3 bilhões de toneladas.

Nesse sentido, levando em consideração as atuais estimativas para a manutenção dos números absolutos de área de plantio e área agricultável, o uso intensivo de tecnologia se torna o principal meio para se atingir o nível de produtividade necessário para atender às demandas mundiais por alimentos e energia.

Por outro lado, ainda, em conjunto com a crescente demanda do mercado, recai sobre o setor produtivo, também a obrigação de observar critérios – cada vez mais rigorosos – de sustentabilidade, em atenção à crescente preocupação dos mercados e da população geral com o atendimento a pressupostos de eficiência ambiental. Nesse encalço, a implementação de soluções tecnológicas específicas também é ferramenta essencial à garantia de um desenvolvimento sustentável, sobretudo no setor agropecuário, observado o seu grande potencial de impacto ambiental e simultânea dependência da boa gestão dos recursos naturais disponíveis.

Tendo em vista as necessidades mútuas de incremento na produtividade agrícola e preservação ambiental, por meio de adoção de práticas de desenvolvimento sustentável, a empresa de tecnologia agrícola Solinftec atua como importante agente desse mercado, implementando, nas operações de seus clientes, soluções inteligentes de automação da produção nas lavouras, através de plataforma diferenciada que combina recursos inovadores de Inteligência Artificial de ponta junto a algoritmos e hardware de padrão mundial. A tecnologia desenvolvida pela Solinftec, desse modo, conecta à sua plataforma exclusiva as máquinas e equipamentos voltados à atividade agrícola em tempo real, coordenando a produção para reduzir o uso de combustível e insumos. Ainda, com o auxílio de estações meteorológicas, a empresa consegue ainda orientar seus clientes, por exemplo, a melhor pulverizarem agrotóxicos em suas lavouras, de modo a evitar tanto o desperdício de acordo com as condições de tempo, quanto o espalhamento dos produtos para regiões próximas.

Para financiar suas atividades, seguindo as tendências do setor e atendendo às crescentes demandas do mercado de capitais, a Solinftec captou aproximadamente R$140 milhões através da emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) pela Planeta Securitizadora. Os CRA são lastreados em Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA) emitidos pela Solinftec, os quais, por sua vez, são vinculados a créditos do agronegócio decorrentes de contratos celebrados entre a empresa e seus clientes, os quais disciplinam a utilização, por estes, das soluções tecnológicas confeccionadas pela companhia.

Outrossim, os CRA emitidos pela Securitizadora e devidos pela Solinftec são caracterizados como “Títulos Verdes”, por meio de parecer independente emitido pela SITAWI – Finanças do Bem[1], a qual avaliou a emissão de acordo com os Green Bons Principles e com os Climate Bonds Standards, bem como da certificação, pela Climate Bonds Iniciative (CBI), dos CRA como Títulos Climáticos[2]. Desse modo, os recursos captados através da emissão e oferta dos CRA deverão ser alocados, pela Companhia, a projetos que envolvem a condução das suas atividades de acordo com os critérios estabelecidos no parecer independente, objetivando o desenvolvimento de soluções voltadas à agricultura sustentável e ao gerenciamento eficiente dos recursos naturais.

A operação é histórica no setor, uma vez que se trata da primeira emissão de CRA, certificada pela CBI, devidos por uma empresa do ramo de tecnologia agrícola. Ademais, a oferta dos CRA aos investidores foi coordenada pelo Itaú BBA, o qual contou com a assessoria jurídica do VBSO Advogados durante a fase de estruturação da operação.

 

[1] Parecer Independente emitido pela SITAWI – Finanças do Bem disponível em: https://spositawi.s3-sa-east-1.amazonaws.com/20210518+Solinftec.pdf. Acesso em 6 de dezembro de 2021.

 

[2] Relatório de avaliação da emissão pelos padrões da CBI disponível em: https://spositawi.s3-sa-east-1.amazonaws.com/20210518+Solinftec+CBI.pdf. Acesso em 6 de dezembro de 2021.