GREEN BONDS COMO MECANISMO DE ALAVANCAGEM DA PRÁTICA ESG

GREEN BONDS COMO MECANISMO DE ALAVANCAGEM DA PRÁTICA ESG

O ano é 2021 e já não há qualquer espaço no qual a pauta ESG (Environmental, Social and Governance) não tenha ganhado relevância. 

Como não poderia ser diferente, o tema vem ocupando o mercado financeiro e cada vez mais vemos empresas interessadas em alavancar negócios alinhados com critérios ambientais, sociais e de governança. Acompanhando essa tendência, ganham espaço no mercado financeiro os chamados green bonds (títulos verdes).

Os green bonds são títulos de dívidas que se propõem a financiar projetos com impacto ambiental positivo, se adequando, portanto, às práticas ESG. São projetos que, por fim, objetivam reduzir os gases do efeito estufa, compromisso internacionalmente assumido por mais de 195 países (além da União Europeia) por meio do acordo de Paris que entrou em vigor em 2020.

De acordo com a CBI, principal certificadora de títulos verdes do mundo, a emissão global de títulos com certificação alcançou USD 150 bilhões em outubro de 2020, de um total de mais de USD 1 trilhão em títulos verdes rotulados. No Brasil, em pouco mais de 50 operações, foram levantados mais de USD 11 bilhões em emissões rotuladas e o crescimento entre 2018 e 2019 foi de 50%.

A CBI identificou no Brasil um potencial para emissão de 692 bilhões de dólares em títulos verdes. O mercado abre espaço para o financiamento de projetos nas áreas de energias renováveis, bioenergia sustentável, aumento da eficiência energética, redução de desmatamento, preservação de florestas nativas (incluindo áreas de preservação permanente e reserva legal), agricultura com menor emissão de carbono, dentre outros diversos projetos sustentáveis.

Grandes investidores deixaram de apoiar projetos que afetem negativamente questões ambientais, sociais e de governança, o que cria oportunidades para os dois lados. O investidor preocupado com o tipo de projeto que está financiando e o emissor que tem oportunidade de financiar sua iniciativa ou sua adequação a partir de financiamento proveniente do mercado de capitais, alcançando recursos que normalmente não seriam acessíveis. 

Além disso, a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais, lei cuja publicação é de janeiro de 2021, reconheceu os green bonds como uma modalidade de pagamento, o que possibilita que o financiamento se dê por meio de recursos públicos.

A expansão dos green bonds, assim como à conformidade aos critérios ESG, já não pode ser freada, abrindo espaço para negócios realmente sustentáveis.

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